Em 17 de junho de 1822 foi Fundado o Grande Oriente
do Brasil e seis meses depois foi fechado pelo Imperador e Irmão D. Pedro I. Os
conflitos internos, a desarmonia foi o principio gerador da atitude do
Imperador. Nove anos depois foi reaberto e desde então se mantem até os dias
atuais. Mas alguns fatos marcantes aconteceram. Fatos notórios da vida pública
brasileira, a exemplo da independência do Brasil, a Abolição da Escravatura, a
Proclamação da República, que foram protagonizados por alguns maçons que pertenciam
ao Grande Oriente do Brasil. Entretanto, alguns outros fatos, notadamente
desagradáveis, vivenciamos em 1927 com a primeira grande cisão e em 1973 com a
segunda grande cisão, do Grande Oriente do Brasil. Essas cisões se deram em
função dos conflitos internos gerados por acirramentos politicos que tiveram
culminancia em disputas eleitorais controvertidas.
Em meio a situação atual que vive o nosso Grande
Oriente do Brasil, no que pese a força da nossa instituição, vigorosa e repleta de vastas conquistas, do aumento
considerável do seu patrimônio físico, o aumento do número de maçons e lojas,
da posse de um Palácio Maçônico Vislumbrante, vemos os Principios
gerais da Maçonaria e os Postulados Universais da Instituição, em parte, e naquilo que se mostra de maior
relevância para Ordem Maçônica, que é a HARMONIA, vilipendiados. A harmonia
sintetiza o principio da prevalência do espirito sobre a matéria.
Neste sentido o nosso irmão
Otacilio Batista de Almeida Filho(33), Ex-Venerável Mestre desta Augusta Oficina,
tendo sido Venerável Mestre da nosso ARLS Obreiros da Justiça por quatro
veneralatos. Deputado, Maçom dedicado que faz maçonaria com desprendimento e
prazer, escreve, com certeza angustiado, mas na certeza de conduzir os irmãos a
uma reflexão, esse artigo que apresentamos, na integra, a seguir, com aprovação
da loja em sessão realizada em 18 de junho de 2012.
190 anos do Grande Oriente do Brasil, o que comemorar?
A Maçonaria é
uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista
e evolucionista, cujos fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Além de buscar atingir esses fins, a Maçonaria proclama a prevalência do
espírito sobre a matéria e pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e
social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática
desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.
A Maçonaria proclama
que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o
princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as
convicções e a dignidade de cada um, defende a plena liberdade de expressão do
pensamento, como direito fundamental do ser humano, observada correlata
responsabilidade. Reconhece o trabalho como dever social e direito inalienável.
Considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades,
convicções ou crenças e sustenta que os Maçons têm como deveres essenciais o
amor à família, a fidelidade e devotamento à Pátria e a obediência à lei.
A Maçonaria determina
que os Maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os
homens esparsos pela superfície da terra, recomendando a divulgação de sua
doutrina pelo exemplo e pela palavra e combatendo, terminantemente, o recurso à
força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos. Adota sinais e
emblemas de elevada significação simbólica e defende que nenhum Maçom seja
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A Maçonaria
Condena os privilégios e as regalias, enaltecendo, porém, o mérito da
inteligência e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de
serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade. Afirma que o sectarismo político,
religioso e racial são incompatíveis com a universalidade do espírito maçônico
e combate a ignorância, a superstição e a tirania.
Pois bem, esses
são os PRINCIPIOS GERAIS DA MAÇONARIA E DOS POSTULADOS UNIVERSAIS DA
INSTITIUIÇÃO descritos em nossa Carta Magna, a Constituição do Grande Oriente
do Brasil. São princípios que devem ser fielmente observados e seguidos.
Uma reflexão
diante dessa declaração de princípios nos leva a conclusão que a tolerância
como princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as
convicções e a dignidade de cada um, está esquecida ou desprezada em toda essa
turbulência nas hostes do Grande Oriente do Brasil que estamos constatando em
vários rincões da nossa Pátria amada.
Depois do
termino das eleições para o Grão-Mestrado Geral em 2008 estamos vivendo um
clima de instabilidade com relação à harmonia, principalmente com o advento dos
novos rituais. O desentendimento com Oficina mãe de Rito adotado pelo GOB. O
Episodio relacionado ao registro dos Rituais, que expôs a nossa Obediência, todos nós maçons do
Grande Oriente do Brasil, ao mundo profano de forma pejorativa e humilhante
através de periódico de circulação nacional. O que realmente aconteceu?
Precisamos saber claramente do desfecho final desse fato para o bem da Ordem.
A questão dos rituais, todos nós sabemos, ocasionou momentos de mal estar em reunião da
SAFL envolvendo o Soberano Grão-Mestre e alguns irmãos, com mutuas acusações de
nível comprometedor, testemunhada por dezenas de irmãos Deputados, na maior
casa do Povo Maçônico Gobiano. Colocações descabidas que jamais poderiam ser
desferidas por um irmão contra outro. Os seus autores faltaram com respeito à
Ordem, pois, faltar com respeito aquele ambiente maçônico consagrado à feitura
das leis maçônicas para todos os maçons do Grande Oriente do Brasil, é faltar
com respeito à própria Ordem. Se existir algum indigno, que se instaure o
devido processo, promova o direito de defesa, de forma ampla, e uma vez
comprovada a indignidade, que seja penalizado o mau feitor.
A falta de diálogo, a prepotência, a insanidade, o ORGULHO,
em síntese, a falta de espírito maçônico, está contagiando esse nosso novo,
porém velho, Grande Oriente do Brasil. Essas marcas estão reveladas nos
boletins Oficiais da Potência que, invariavelmente, traz em suas páginas o
reflexo dessa desarmonia materializada em querelas judiciais que tramitam nos
tribunais maçônicos do GOB. Infelizmente, em boa parte dos entes federados, constatamos
casos de desarmonia relatados através das peças judiciais exibidas revelando a
falta de diálogo e de tolerância. A prepotência, a vaidade e o ORGULHO é a
trilogia que comanda o timão dessa nau desarmonizada.
A crítica que fazemos é construtiva no sentido de
levar os irmãos a uma reflexão levando em consideração esses fatos. Trabalhamos
e torcemos pelo pleno entendimento. É isso que precisamos sempre. Esperamos que
essa crise seja superada e que tudo volte à normalidade para que possamos viver
em perfeita harmonia.
O GOB cresceu nesses
últimos cento e noventa anos de existência, se tornando a maior Obediência
Maçônica da América Latina, do ponto de vista físico, material. Do ponto de
vista da Fraternidade, da Liberdade e da Igualdade, atualmente, em meio a toda
essa turbulência, porque não dizer, desarmonia, está deixando a desejar. Oh!
quão ruim e desagradável é ver os irmãos habitar em desunião. A menos do
crescimento material, atualmente, não vejo o que se comemorar.
Artigo restrito ao meio maçônico - GOB.
Ir. Otacilio Batista de Almeida Filho
(33) - M.I
ARLS Obreiros da Justiça n.ª 3209, Or\ de Campina Grande - PB
Ascom - ARLS Obreiros da Justiça n,º 3209
Eminente Ir.´. Otacilio, vamos continuar a crescer unidos.
Com o meu sincero,
TFA
Evandro Lecey
2ª DLRB-MS e
Gd.´.Sec.´.Adm.´. DLRB-RS